Hoje me permitirei ser um pouco piegas e até mesmo vaidoso...
Para adoçar a noite; um pouco, quase nada, da minha autobiografia poética:
Sou uma alma em constante rebuliço, me
mecho, me viro; na busca incessante, de gozar da vida, gozar da vida; gozar não
é apenas entregar-se ao impulso compulsivo, mas sim permitir que o desejo ganhe
alma e a partir disso, ganhe profundidade. É estar mais cônscio de si, do que
nutre tua alma, do que te faz acender a chama sagrada, àquela que te remoça. Eu
ainda me surpreendo com a minha inocência, coisa incurável, talvez a
preservação da alma de menino, pois ainda tremo as pernas, o estômago parece-se
revolver-se em si mesmo, como um mar em ressaca, o coração dispara, o sangue
gela, as sinapses dão entram em curto, tudo em resumo paralisa. Minha reação
mais sincera, de um ser aparentemente nada tímido, contudo, sob o menor elogio,
soçobra, liquefaz como um melífluo. Eu, este moço de sorriso largo, coração
infante, por vezes rígido e inflexível, como me é custoso sê-lo, porém é dessa
força imprescindível que edifico-me, consolido planos em concreta e saborosa
realidade. Não diria que sou um sonhador, mas de certo diria um homem de
planos. Os planos são como sementes, que carecem de nossa dedicação,
entretanto, nada mais favorável à frutificação que a sapiente paciência. Rega
com amor tudo aquilo que será colhido como doce fruto. Esta talvez seja a minha
única sabedoria em verdade, a de dedicar-me com afinco amoroso, até mesmo
obstinado, passional e cego àquilo que me preenche de profunda felicidade. Há
um diabo nisto tudo, o da necessidade infinita de segurança, de perenidade,
contudo, hoje com algum aprendizado valorizo o efêmero, o instantâneo, porém
nada me regozija mais que as coisas que tem permanente duração. Amor ao Eterno.
O Eterno é o indelével que habita em mim.